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sábado, 24 de março de 2012

EM NOME DE DEUS ( FILME )


Em Nome de Deus,



"Fujo para longe de ti,
evitando-te como a um inimigo,
mas incessantemente
te procuro em meu pensamento.
Trago tua imagem em minha memória
e assim me traio e contradigo,
eu te odeio, eu te amo."
Carta de Abelardo a Heloísa.

"É certo que quanto maior é a
causa da dor, maior se faz
a necessidade de para ela
encontrar consolo, e este
ninguém pode me dar, além de ti.
Tu és a causa de minha pena,
e só tu podes me proporcionar conforto.
Só tu tens o poder de me entristecer,
de me fazer feliz ou trazer consolo."
Carta de Heloísa a Abelardo










 

Um dos túmulos mais bonitos que se encontra no Pére Lachaise é o de Pierre Abélard e Héloïse, protagonistas de um trágico romance interrompido na Paris medieval do século XII. Pedro Abelardo era um filósofo que se apaixonou por Heloísa, de quem era tutor e que era 20 anos mais nova. Os dois tiveram um filho, Astrolábio, e casaram-se às escondidas. Quando o tio de Heloísa, um clérigo de Notre-Dame, soube, mandou castrar Abelardo que foi viver na abadia de St. Denis, onde continuou seus estudos. Heloise retirou-se para um convento. Mesmo distantes, os dois se corresponderam em longas e amorosas cartas, mas nunca mais se falaram pessoalmente. Os mas hoje quase 700 anos depois, estão para sempre juntos numa tumba em estilo neogótico.




 


Pierre Abélard (1079-1142) foi teólogo e filósofo francês, nascido em Le Pallet, perto de Nantes, considerado um dos maiores intelectuais do século XII com especial importância no campo da lógica, e precursor do racionalismo francês. Filho de um militar, foi discípulo de Roscelino de Copiègne e de Guilherme de Champeaux em Paris e de Anselmo de Laon (c.1070-1171). De vida atormentada e irrequieta, depois de algumas tentativas de ter sua própria escola a partir dos 22 anos, foi professor na Escola de Notre-Dame (1114-1118), primeira universidade livre da França, onde combateu as idéias de Guilherme, obrigando-o a modificá-las. No Concílio de Soisons (1121), algumas de suas teses foram condenadas e no Concílio de Sens (1410), outras foram rejeitadas e foi acusado de heresia. Foi nessa época que começou sua ligação amorosa com sua aluna de nome Héloise (1100-1164), sobrinha do cônego Fulbert, de desastrosas conseqüências . Após se apaixonar e casar secretamente, foi atacado e castrado por ordem do irado tio. Depois disto ele se tornou monge no mosteiro de Saint-Denise, onde continuou lecionando, e ela freira em um convento de Argenteuil, onde se tornou uma das mulheres mais famosas de sua época. Após o infeliz castigo, mesmo como monge, ele não deixou de ser polêmico e colecionou atritos com outros religiosos como bispos e até mesmo com seus colegas monges, criando muitos inimigos. Morreu na prelazia de Saint-Marcel, perto de Châlons-sur-Saône, onde viveu seus últimos dias de vida sob a proteção de Pedro o venerável de Cluny. Suas obras abrangiam três áreas: lógica, teologia e ética. Em seu primeiro e mais famoso livro Sic et non (1121-1122) já demonstrava sua polêmia personalidade: nele descreveu sobre 158 questões filosóficas e teológicas que dividiram opiniões. Também merecem destaque Glosas literais, Lógica nostrorum, Logica ingredientibus, Dialectica (a mais polêmica), Theologia summi boni, Commentaria in epistulam Pauli ad romanos, Expositio in hexaemeron e Ethica seu scito te ipsum e uma autobiografia Historia calamitatum ou História de minhas desventuras(clique aqui para ler a obra em inglês).
Pedro Abelardo ao lado de Hugo de San-Victor delinearão um novo quadro inovador dos processos educativos. Abelardo em sua obra autobiográfica, em que narra o atormentado amor por Heloísa, põe em destaque uma nova identidade humana, mais individual, mais racional, mais livre, que se propõe também como um modelo formativo. Assim no Epistolário retornam o Abelardo-professor e o Abelardo-homem, carregado de dúvidas, de paixões, estimulado por um desejo de busca que põe a razão (a dialética) como instrumento chave de uma formação propriamente humana. Com o já lembrado Sic et Non, Abelardo, porém, consigna à Escolástica o método de estudo e de estudo racional - articulado sobre a dialética - dos vários assuntos. Com sua tomada de posição em torno da questão dos universais (os universais são conceitos de gênero - ex., humanidade - : eles existem in re, in mente ou são puros nomina?), que interpreta estes como conceitos (seguindo Aristóteles), tendo estatuto lógico e lingüístico, ele delineia uma concepção crítica do pensamento e da pesquisa filosófica que diz respeito à formação de um sujeito como intelectual autônomo e, justamente, crítico, já muito próximo do sujeito moderno.